7 de janeiro de 2009

Palavras à Solta



Saem palavras da minha caneta,
por entre as veias corre-me tinta.
Demónios dançando, sangrando ideias,
cigarros ardendo seguindo as cervejas.
Palavras à solta falando de tudo,
girando em volta das coisas do mundo.
Palavras à solta querendo voar,
levadas pelo vento irão se espalhar.
Palavras à solta tal como armas,
lançando o pânico em mentes vazias.
Palavras à solta são só palavras,
com vírgulas e pontos, acentos de raiva.
Despejo garrafas, bebendo ideias,
solto palavras, algumas tão feias.
Palavras à solta por vezes cruéis,
rasgando em pedaços bocados de vida.
São palavras gritando de ódio e de dor,
algumas mais belas cantando o amor.
O silêncio quebrado em sinal de esperança,
uma sopa de letras em constante mudança.
Palavras fluindo, passando por mim,
vou-me esvaindo, caminhando p'ró fim.
Acaba-se a tinta, secam-se as veias,
soltei as palavras, com elas, ideias.
Palavras à solta erguendo a voz,
consumindo a tinta, falando por nós.
Por entre as linhas surgindo do nada,
palavras sem dono, palavras vadias.
Palavras cortando, o silêncio vigente,
Palavras rolando, contra a corrente,
Palavras que nascem de almas de gente,
Palavras, ideias...
Palavras somente.

Sem comentários: