31 de dezembro de 2008

30 de dezembro de 2008

Uma Volta em Redor do Sol

No final de cada ano há quem goste de fazer um Balanço de tudo o que nele se passou. Este ano, o Neurónio, decidiu fazer algo parecido - Um Baloiço.

Depois de uma espreitadela, na diagonal, ao que de importante (ou talvez não) aconteceu neste ano de 2008.

Na volta que o calhau em que vivemos deu em redor do Sol, os destaques foram:

No Mundo
Internacionalmente o ano fica marcado pela crise, desde 1929 que não se sentia nada do género, e pela eleição de Barack Obama como Presidente dos EUA.
Por todo o mundo, falências e escândalos financeiros, atingiram empresas, bancos e até países, ninguém escapou. Nunca o preço do barril de petróleo tinha estado tão elevado (quase 150,00€) e as taxas de juro atingiram níveis incomportáveis para o cidadão comum (são os benefícios da tão apregoada globalização).
Os governos tiveram de intervir para evitar males maiores.
(Não teria já sido possível fazer o mesmo em anos anteriores? Em África e na América Latina, há países que se debatem com graves problemas há largos anos.)
Como de costume o ano foi manchado por diversos atentados terroristas e desrespeito pelos direitos do homem um pouco por todo o lado.
Os irlandeses, em referendo, rejeitaram o Tratado de Lisboa e deixaram a Europa encalhada.
O Kosovo proclamou a sua independência.
Fidel Castro renunciou à presidência de Cuba.
A causa tibetana desencadeou uma onda de manifestações contra as politicas repressivas praticadas pelo governo chinês. (Quando eles voltarem a organizar outro evento importante, o mundo, hipocritamente, voltará a protestar. Até lá... “está tudo bem”).
Os russos, para mostrar ao mundo que estão vivos e que devem contar com eles, decidiram tomar uma posição de força e invadiram os territórios da Abecásia e Ossétia do Sul.
(O Neurónio “não compreende” a razão de os Estados Unidos não terem invadido a China e a Rússia, afinal eles têm armas de destruição maciça. Porque será?)
No final do ano, nas ruas de Atenas, jovens gregos amotinaram-se durante semanas e travaram violentos confrontos com as forças policiais (coisas do 1º mundo, o dito civilizado).
Entrou em funcionamento o LHC - Large Hadron Collider (o maior acelerador de partículas do mundo), alguns velhos do Restelo apelidam-na de máquina do fim do mundo.
No campo desportivo: realizaram-se os Jogos Olímpicos em Pequim (talvez a melhor edição de todos os tempos) e o Campeonato da Europa de Futebol.

Em Portugal
Cá pelo burgo, o ano começou com a entrada em vigor da nova lei anti-tabaco e o cancelamento da 30ª edição do Rali Dakar (mais um recorde do Guiness - a edição mais curta de sempre).
O governo anunciou que... afinal Alcochete não era jamais.
E, nos anais (deve ser de ânus) da história, 2008, será lembrado como o ano do Magalhães - "o super-computador", que vai resolver todos os problemas da nação.
Foi um ano de grande contestação ao governo, com milhares de professores a manifestarem, nas ruas de Lisboa, a sua indignação, e em que a greve dos camionistas provocou a ruptura de stocks de combustíveis e alimentos um pouco por todo o país.
A demissão de Luís Filipe Menezes, iniciou a novela (ainda em exibição) "PSD um partido à deriva". (Novela do género Trágico-cómico-burlesco que, todos os dias, nos lembra que: o governo é para lá de mau e a alternativa ainda é pior. Estamos fodidos!).
Para animar, as férias, 2008, teve, um mês de Agosto louco, com uma empolada onda de crimes que abriu todos os noticiários, não houve crime que escapasse. (Se o gato da vizinha roubava um peixe... as TV’s estavam lá para nos contar tudo: o tipo de peixe, se era fresco ou congelado, qual a sua origem, a forma de captura, as tendências sexuais do espécime... tudo isto acompanhado de importantíssimas entrevistas a um qualquer mirone que por um qualquer acaso, desconfio que provocado, se encontrava de serviço no local.)
Foi igualmente o ano, mais um, em que a nossa "fabulosa" selecção decidiu mostrar a sua solidariedade "deixando" a Espanha ser Campeã europeia de futebol. E em que todos ficámos orgulhos do salto, de ouro, de Nélson Évora.
Um ano em que, quase estrangulados, de tanto apertar o cinto, assistimos a guerras de poder no BCP, à nacionalização do BPN e à grave situação do BPP. (Sobre esta parte da crise financeira, só um comentário: "coitadinhos dos senhores das grandes fortunas, em 2008, só ganharam uns milhõezitos e não ganharam os milhões do costume".)

E assim baloiçou o mundo, neste ano da graça, ou desgraça, de 2008.
Dizem que "águas passadas não movem moinhos", por isso, que venha 2009.

29 de dezembro de 2008

Presente Pós-Natal

O Pai Natal sabe que vocês são uns abusadores, que nesta altura se empanturram com comida e doces. Assim, este ano, excepcionalmente, decidiu receitar-vos o presente ideal para abater os excessos:

Uma coisa é portarem-se mal, outra é terem bundas gordas.
Toca a mexer esses rabos!

26 de dezembro de 2008

Presentes


Receberam muitos?
Gostaram?

Caso a resposta seja negativa… já sabem:
Para o ano, portem-se bem.

Se conseguirem, se não…
Portem-se mal, mas com estilo.

23 de dezembro de 2008

O Neurónio Deseja a Todos



Um Feliz Natal

22 de dezembro de 2008

Acredita no Pai Natal?

Então, deixo uma pergunta no ar.

19 de dezembro de 2008

Quartet - Cast Puzzle

Can you take it apart? Can you assemble it again?

"True bonds has always been hard to form, but once formed such bonds are eternal and hard to break. Try and separate the 4 pieces of this puzzle."

Se pensam que só gosto de queimar os vossos neurónios… estão enganados.
O Neurónio também gosta de se auto-prostituir.
A "masturbação mental" faz bem e recomenda-se!

Comprei este quebra-cabeças e... penso que vai dar luta.

18 de dezembro de 2008

Cheira a Natal


O Natal está prestes a chegar, as ruas e montras estão enfeitadas e na TV passam todo o tipo de anúncios característicos da época. A sua chegada trás tudo o que de bom e de mau a ele está associado.
O espírito natalício em si é positivo, oferecer presentes aos amigos e familiares é bonito. A hipocrisia natalícia, essa não é má… é horrível! Oferecer só por oferecer, alimentando um consumismo desenfreado é algo muito triste e vazio de qualquer significado.
Mas, hipocrisias à parte, devia existir espírito natalício, não digo todos os dias, várias vezes durante o ano. Assim, pensávamos mais vezes na família e amigos que tantas vezes descuramos. Não era necessário fazer presépio ou enfeitar a árvore, bastava que nos lembrássemos mais vezes daqueles de quem realmente gostamos.

17 de dezembro de 2008

16 de dezembro de 2008

"Caminho do Conhecimento"

E agora…
Mais um trecho da “Erva do Diabo”:


Ontem à noite Dom Juan começou a me conduzir ao reino de seu conhecimento. Ficamos sentados defronte da casa dele, no escuro. De repente, depois de um longo silêncio, ele começou a falar. Disse que ia aconselhar-me com as mesmas palavras que o benfeitor dele usara no primeiro dia em que o recebeu como aprendiz. Parece que Dom Juan tinha decorado as palavras, pois ele as repetiu várias vezes, para ter a certeza de que eu não perdia nenhuma:
- Um homem vai para o conhecimento como vai para a guerra, bem desperto, com medo, com respeito e com uma segurança absoluta. Ir para o conhecimento ou ir para a guerra de qualquer outra maneira é um erro, e quem o cometer há de se arrepender de sua atitude.

Perguntei-lhe por que era assim e ele disse que, quando o homem preenche esses quatro requisitos, não há erros que ele tenha de explicar; nessas condições, seus atos perdem a qualidade desastrada dos atos de um tolo. Se um homem desses fracassar ou sofrer uma derrota, terá perdido apenas uma batalha, e não haverá arrependimentos lamentáveis por isso.

15 de dezembro de 2008

Burros Vs Ignorantes

Existe uma grande diferença:


Os Ignorantes podem aprender.


Os Burros teimam em não aprender.

12 de dezembro de 2008

“Inimigos do Conhecimento”



Domingo 15 de Abril de 1962

Quando eu estava me preparando para partir, tornei a lhe perguntar acerca dos inimigos do homem de conhecimento. Argumentei que ia passar algum tempo sem voltar, e que seria uma boa idéia escrever as coisas que ele tivesse a dizer e pensar a respeito enquanto estivesse fora. Hesitou um pouco, mas depois começou a falar:
- Quando um homem começa a, aprender, ele nunca sabe muito claramente quais seus objetivos. Seu propósito é fumo; sua intenção, vaga. Espera recompensas que nunca se materializarão, pois não conhece nada das dificuldades da aprendizagem.
"Devagar, ele começa a aprender... a princípio, pouco a pouco, e depois em porções grandes. E logo seus pensamentos entram em choque. O que aprende nunca é o que ele imaginava, de modo que começa a ter medo. Aprender nunca é o que se espera. Cada passo da aprendizagem é uma nova tarefa, e o medo que o homem sente começa a crescer impiedosamente, sem ceder. Seu propósito torna-se um campo de batalha.
"E assim ele se deparou com o primeiro de seus inimigos naturais: o Medo! Um inimigo terrível, traiçoeiro, e difícil de vencer. Permanece oculto em todas as voltas do caminho, rondando, à espreita. E se o homem, apavorado com sua presença, foge, seu inimigo terá posto um fim à sua busca.
- O que acontece com o homem se ele fugir com medo?
- Nada lhe acontece, a não ser que nunca aprenderá. Nunca se tornará um homem de conhecimento. Talvez se torne um tirano, ou um pobre homem apavorado e inofensivo; de qualquer forma, será um homem vencido. Seu primeiro inimigo terá posto um fim a seus desejos.
- E o que pode ele fazer para vencer o medo?
- A resposta é muito simples. Não deve fugir. Deve desafiar o medo, e, a despeito dele, deve dar o passo seguinte na aprendizagem, e o seguinte, e o seguinte. Deve ter medo, plenamente, e no entanto não deve parar. É esta a regra! E o momento chegará em que seu primeiro inimigo recua. O homem começa a se sentir seguro de si. Seu propósito torna-se mais forte. Aprender não é mais uma tarefa aterradora. Quando chega esse momento feliz, o homem pode dizer sem hesitar que derrotou seu primeiro inimigo natural.
- Isso acontece de uma vez, Dom Juan, ou aos poucos?
- Acontece aos poucos e no entanto o medo é vencido da repente e depressa.
- Mas o homem não terá medo outra vez, se lhe acontecer alguma coisa nova?
- Não. Uma vez que o homem venceu o medo, fica livre dele o resto da vida, porque, em vez do medo, ele adquiriu a clareza de espírito que apaga o medo. Então, o homem já conhece seus desejos; sabe como satisfazê-los. Pode antecipar os novos passos na aprendizagem e uma clareza viva cerca tudo. O homem sente que nada se lhe oculta.
"E assim ele encontra seu segundo inimigo: a Clareza! Essa clareza de espírito, que é tão difícil de obter, elimina o medo, mas também cega.
"Obriga o homem a nunca duvidar de si. Dá-lhe a segurança de que ele pode fazer o que bem entender, pois ele vê tudo claramente. E ele é corajoso porque é claro e não pára diante de nada porque é claro. Mas tudo isso é um engano; é como uma coisa incompleta. Se o homem sucumbir a esse poder de faz-de-conta, sucumbiu a seu segundo inimigo e tateará com a aprendizagem. Vai precipitar-se quando devia ser paciente, ou vai ser paciente quando devia precipitar-se. E tateará com a aprendizagem até acabar incapaz de aprender mais qualquer coisa.
- O que acontece com um homem que é derrotado assim, Dom Juan? Ele morre por isso?
- Não, não morre. Seu inimigo acaba de impedi-lo de se tornar um homem de conhecimento; em vez disso, o homem pode tornar-se um guerreiro valente, ou um palhaço. No entanto, a clareza, pela qual ele pagou tão caro, nunca mais se transformará de novo em trevas ou medo. Será claro enquanto viver, mas não aprenderá nem desejará nada.
- Mas o que tem de fazer para não ser vencido?
- Tem de fazer o que fez com o medo: tem de desafiar sua clareza e usá-la só para ver, e esperar com paciência e medir com cuidado antes de dar novos passos; deve pensar, acima de tudo, que sua clareza é quase um erro. E virá um momento em que ele compreenderá que sua clareza era apenas um ponto diante de sua vista. E assim ele terá vencido seu segundo inimigo, e estará numa posição em que nada mais poderá prejudicá-lo. Isso não será um engano. Não será um ponto diante da vista. Será o verdadeiro poder.
"Ele saberá a essa altura que o poder que vem buscando há tanto tempo é seu, por fim. Pode fazer o que quiser com ele. Seu aliado está às suas ordens. Seu desejo é a ordem. Vê tudo o que está em volta. Mas também encontrou seu terceiro inimigo: o Poder!
"O poder é o mais forte de todos os inimigos. E naturalmente a coisa mais fácil é ceder; afinal de contas, o homem é realmente invencível. Ele comanda; começa correndo riscos calculados e termina estabelecendo regras, porque é um senhor.
"Um homem nesse estágio quase nem nota seu terceiro inimigo se aproximando. E de repente, sem saber, certamente terá perdido a batalha. Seu inimigo o terá transformado num cruel e caprichoso.
- E ele perderá o poder?
- Não, ele nunca perderá sua clareza nem seu poder.
- Então o que o distinguirá de um homem de conhecimento?
- Um homem que é derrotado pelo poder morre sem realmente saber manejá-lo. O poder é apenas uma carga em seu destino. Um homem desses não tem domínio sobre si, e não sabe quando ou como usar seu poder.
- A derrota por algum desses inimigos é uma derrota final?
- Claro que é final. Uma vez que esses inimigos dominem o homem, não há nada que ele possa fazer.
- Será possível, por exemplo, que o homem derrotado pelo poder veja seu erro e se emende?
- Não. Uma vez que o homem cede, está liquidado.
- Mas, e se ele estiver temporariamente cego pelo podar, e depois o recusar?
- Isso significa que a batalha continua. Isso significa que ele ainda está tentando ser um homem de conhecimento. O indivíduo é derrotado quando não tenta mais e se abandona.
- Mas então, Dom Juan, será possível que um homem se entregue ao medo durante anos, mas que no fim ele o vença.
- Não, isso não é verdade. Se ele ceder ao medo, nunca o vencerá porque se desviará do conhecimento e nunca mais terá. Mas sé procurar aprender durante anos no meio de seu medo, acabará dominando-o, porque nunca se entregou realmente a ele.
- E como o homem pode vencer seu terceiro inimigo, Dom Juan?
- Também tem de desafiá-lo, propositadamente. Tem de vir a compreender que o poder que parece ter adquirido, na verdade nunca é seu. Deve controlar-se em todas as ocasiões, tratando com cuidado e lealdade tudo o que aprendeu. Se conseguir ver que a clareza e o poder, sem seu controle sobre si mesmo, são piores do que os erros, ele chegará a um ponto em que tudo está controlado. Então, saberá quando e como usar seu poder. E assim terá derrotado seu terceiro inimigo.
"O homem estará, então, no fim de sua jornada do saber, e quase sem perceber encontrará seu último inimigo: a Velhice! Este inimigo é o mais cruel de todos, o único que ele não conseguirá derrotar completamente, mas apenas afastar.
"É o momento em que o homem não tem mais receios, não tem mais impaciências de clareza de espírito... um momento em que todo seu poder está controlado, mas também o momento em que ele sente um desejo irresistível de descansar. Se ele ceder completamente a seu desejo de se deitar e esquecer, se ele se afundar na fadiga, terá perdido o último round, e seu inimigo o reduzirá a uma criatura velha e débil. Seu desejo de se retirar dominará toda sua clareza, seu poder e sabedoria.
"Mas se o homem sacode sua fadiga, e vive seu destino completamente, então poderá ser chamado de um homem de conhecimento, nem que seja no breve momento em que ele consegue lutar contra o seu último inimigo invencível. Esse momento de clareza, poder e conhecimento é o suficiente.

Continuação da conversa entre Dom Juan e Carlos Castaneda, no livro “A Erva do Diabo”.

11 de dezembro de 2008

O Homem de Conhecimento



Sábado, 8 de Abril de 1962

Em nossas conversas, Dom Juan sempre usava ou se referia à expressão "homem de conhecimento", mas nunca explicava o que queria dizer com isso. Perguntei-lhe a respeito.
- Um homem de conhecimento é aquele que seguiu honestamente as dificuldades da aprendizagem - disse ele. Um homem que, sem se precipitar nem hesitar, foi tão longe quanto pôde para desvendar os segredos do poder e da sabedoria.
- Qualquer pessoa pode ser um homem de conhecimento?
- Não; não qualquer pessoa.
- Então o que é preciso fazer para se tornar um homem de conhecimento?
- O homem tem de desafiar e vencer seus quatro inimigos naturais.
- Ele será um homem de conhecimento depois de vencer esses quatro inimigos?
- Sim. Um homem pode chamar-se um homem de conhecimento somente se for capaz de vencer os quatro.
- Então, qualquer pessoa que conseguir vencer esses inimigos pode ser um homem de conhecimento?
- Qualquer pessoa que os vencer torna-se um homem de conhecimento.
- Mas há algum requisito especial que o homem tenha de atender antes de lutar contra esses inimigos?
- Não. Qualquer pessoa pode tentar tornar-se um homem de conhecimento; muito poucos homens o conseguem, realmente, mas isso é natural. Os inimigos que um indivíduo encontra no caminho do saber para tornar-se um homem de conhecimento são realmente formidáveis; a maioria dos homens sucumbe a eles.
- Que tipos de inimigos são, Dom Juan?
Recusou-se a falar sobre os inimigos. Disse que se passaria muito tempo até que o assunto fizesse sentido para mim. Procurei manter a conversa e perguntei-lhe se ele achava que eu poderia tornar-me um homem de conhecimento. Respondeu que ninguém poderia dizer isso ao certo. Mas eu insisti para saber se havia algum indício que ele pudesse usar para saber se eu tinha ou não possibilidade de me tornar um homem de conhecimento. Falou que dependia de minha luta contra os quatro inimigos - se eu conseguiria derrotá-los ou ser derrotado por eles - mas que era impossível prever o resultado dessa luta.
Perguntei-lhe se ele podia usar feitiços ou adivinhação para ver o resultado da luta. Declarou claramente que os resultados da luta não poderiam ser previstos por meio algum, porque tornar-se um homem de conhecimento era uma coisa temporária. Quando pedi que ele explicasse isto, respondeu:
- Ser um homem de conhecimento não tem permanência. Nunca se é um homem de conhecimento, não de verdade. Ou antes, a pessoa se torna um homem de conhecimento por um instante muito breve, depois de derrotar os quatro inimigos naturais.
- Você tem de me dizer, Dom Juan, que tipo de inimigos eles são. Não respondeu. Tornei a insistir, mas ele mudou de assunto e começou a falar sobre outra coisa.

Conversa entre Dom Juan e Carlos Castaneda, retirada do livro “A Erva do Diabo”.

10 de dezembro de 2008

Erva do Diabo

"A erva-do-diabo tem quatro cabeças; a raiz, a haste e as folhas, as flores e as sementes. Cada qual é diferente, e quem a tornar sua aliada tem de aprender a respeito delas nessa ordem. A cabeça mais importante está nas raízes. O poder da erva-do-diabo é conquistado por meio de suas raízes. A haste e as folhas são a cabeça que cura as moléstias; usada direito, essa cabeça é uma dádiva para a humanidade. A terceira cabeça fica nas flores, e é usada para tornar as pessoas malucas ou para fazê-las obedientes, ou para matá-las. O homem que tem a erva por aliada nunca absorve as flores, nem mesmo a haste e as folhas, a não ser no caso de ele mesmo estar doente; mas as raízes e as sementes são sempre absorvidas; especialmente as sementes, que são a quarta cabeça da erva-do-diabo e a mais poderosa das quatro".
Palavras de Dom Juan em "A Erva do Diabo".

O livro, "A Erva do Diabo" de Carlos Castaneda, é um estudo sobre o uso de plantas medicinais pelos índios Yaqui - Sonora México (pesquisa antropológica para a sua tese de mestrado na Universidade da Califórnia). O autor relata-nos as suas experiências com plantas alucinogénias, enquanto aprendiz de Dom Juan, que lhe permitiram entrar noutras dimensões da realidade. O seu contacto com o restrito mundo dos xamãs mostra-nos que o conhecimento não tem limites e que a sua procura é uma tarefa que nunca se pode dar por concluída.
As diferenças, de valores e conhecimentos, entre a cultura indígena e a civilização ocidental são abissais e, como tal, não devemos fazer avaliações tendo por base dogmas pré-estabelecidos.

9 de dezembro de 2008

Ataque a Tróia



Apesar de, no trabalho, diariamente correr o antivírus descobri que estava a ser atacado por um "infiltrado". Ao fazer a actualização do programa Spybot - Search & Destroy, este encontrou Trojan Horses instalados no meu computador.
Coisas como: virtumonde, hivezuto, muzeniyema, pebapehe, ehepabep, ehepabep, vundo, buloreke…
Ao tentar eliminar o(s) problema(s), ele(s) mudava(m) de nome (não sei se a manada era constituída por um ou vários cavalos).
Para erradicá-lo, tive de mergulhar na Net à procura de uma solução. Encontrei-a. E, também descobri ao tipo de sites que alguns deles costumam estar associados.
Mais uma vez, pontos "a favor" de um dos meus colegas.
Não me posso esquecer de lhe agradecer, o meu “divertimento”, durante a tarde de sexta e grande parte do dia de hoje. Uns vêem gajas nuas, outros apanham vírus. Muito obrigado e vai ver pornografia para o…

Nota: Agora espero consiguir manter a Helena em segurança.

5 de dezembro de 2008

Quirodáctilos

Todos nós sabemos, ou devíamos saber, os nomes dos nossos quirodáctilos (dedos da mão):
Polegar, Indicador, Médio, Anelar e Mínimo.

E os seus nomes populares, ainda se lembram?


Vamos recordar as lengalengas:

Dedo mindinho
Seu vizinho
Pai de todos
Fura bolos
Mata piolhos

Dedo mindinho quer pão
O vizinho diz que não
O pai diz que dará
Este o furtará
E o polegar: «Alto lá!»

Este menino achou o ovo
Este o assou
Este sal lhe deitou
Este o provou
Este o papou

4 de dezembro de 2008

Duas Dúzias de Degraus

A propósito da minha escada imaginada…



Uma bruxa brincalhona respondeu, correctamente, e em jeito de provocação,
perguntou-me: - é pra ir às laranjas?
Ao que respondi: - É para fugir. Tendo acrescentado que com duas dúzias de degraus não dava para ir muito longe.

Para que não restem dúvidas que imaginei uma escada com 24 degraus:

Como a escada tem 12 degraus mais metade da totalidade dos degraus.

3 de dezembro de 2008

Chefe mas Pouco

Quando o capitão do navio não sabe o rumo a seguir…
Apetece dizer, como o Henrique (um conhecido do Neurónio), que no diz respeito a chefes e às suas competências:

"Chefe?
Ah! O elemento que ocupa o lugar de chefia no teu departamento."

2 de dezembro de 2008

Ao Sabor do Vento


"Quando se navega sem destino,
nenhum vento é favorável."
Séneca



Infelizmente, conheço um barco assim.