16 de abril de 2009

Ossos do Ofício

Há uns dias atrás fui a uma consulta e a médica mandou-me ir tirar fotografias. Estranho? Não. Fotografias em várias posições e de diversos ângulos para descobrir como está o meu interior. Uma infindável sessão de Raios x que mais parecia uma sessão fotográfica. Ontem fui levantar os resultados, vinham acompanhados de um relatório onde são empregues, entre outros, termos como: hiperlordose, hemissacralização, macroapofise transversa, nódulos de Schmorl, morfologia das apofises, crescimento fruste, esboços osteofitarios antero marginais.
Li o dito relatório e com nomes destes a coisa não pode ser boa.

Conclusão: a PDI começa a atacar.

15 de abril de 2009

IRS

Este ano também decidi ser um “bom português” e guardei a entrega do IRS para o último dia.
Enquanto o estava a preencher lembrei-me de uma alternativa para a sigla:

Infame Roubo de Salários

Para estimularem os vossos neurónios, que tal encontrarem outras.

14 de abril de 2009

“Mais Prostituto”



Andei a ler alguns dos posts antigos, num deles afirmei que este blog estava a tornar-se uma espécie de divã de psicanalista. Como esse nunca foi o seu objectivo, embora o tenha feito inconscientemente, não postar foi a melhor forma de evitar que ele se tornasse apenas um lugar de desabafo, chato e insípido.
O objectivo deste blog é continuará a ser: prostituir os neurónios.
Agora que estou de regresso tenho de vos confessar que este “renascer” teve (está a ter) um parto difícil. A razão da ausência ainda está fresca e continua a atormentar-me.
Durante a fase de abstinência, as ideias, apesar de abundantes, andaram sempre à deriva e ainda não faço a mínima ideia de qual o caminho a seguir. Questionei, e continuo a questionar, quase tudo.
Apenas vos posso garantir que vou tentar encontrar uma fórmula cujo resultado seja um Neurónio mais prostituto do que nunca.
Afinal, se é para vos azucrinar o juízo tem de ser com um mínimo de qualidade.

13 de abril de 2009

Ressurreição


Aviso à navegação:
“Ressurreição”, sim. Mas, não se trata de um qualquer milagre.
A páscoa, crucificações, jejuns, aleluias, folares, amêndoas e afins já lá vão.
E regressar do mundo dos mortos é outro departamento, JC e o seu gang não são para aqui chamados.
É apenas e só o regresso às lides, o voltar a prostituir os neurónios.
Além disso, o Neurónio não morreu, esteve apenas a gozar um período de abstinência neurótica.
Hoje, dia treze, chegou o momento de pôr fim à hibernação.

O Neurónio está de volta!

19 de janeiro de 2009

16 de janeiro de 2009

Porcaria

O meu patrãozinho, deve ser essa a causa, não gosta de omeletas e como tal costuma utilizar a frase: "sem porco não se fazem chouriços".
O homem é um inovador. E tem tantas ideias brilhantes, que estou seriamente a considerar a hipótese de ter sido ele o inventor do papel higiénico cor-de-rosa. Sim, porque se trata de uma ideia de merda e o papel higiénico branco já existia.
Então o homem passa a semana sem colocar os pés no escritório, sem se preocupar com algumas situações, urgentes e graves, que só ele podia resolver, e depois, quando finalmente decide dar sinais de vida, fica admirado com a surpresa, desagradável, de estar impedido de movimentar as contas bancárias da empresa.

Se quer fazer chouriços... tem de alimentar o porco.
Não basta fazer porcaria.

15 de janeiro de 2009

Outros Tempos


“Éramos felizes e indestrutíveis. Não precisávamos de cintos de segurança, de airbags, de detectores de fumos, de água engarrafada, nem da manobra de Heimlich. Não eram necessárias tampas à prova de criança nos medicamentos. Passeávamos sem capacete quando andávamos de bicicleta, e sem joelheiras e cotoveleiras quando andávamos de skate. Sabíamos, sem que precisassem de nos lembrar por escrito, que a lixívia não era um refresco e que, quando exposta a um fósforo a gasolina tendia a entrar em combustão. Não nos precisávamos de preocupar com aquilo que comíamos, pois quase todos os alimentos eram benéficos: o açúcar dava-nos energia, a carne vermelha tornava-nos fortes, o gelado proporcionava-nos ossos saudáveis, o café mantinha-nos alerta e produtivos.”

Podiam ser sobre o Portugal dos anos 70/80, mas não. São palavras de Bill Bryson, sobre a sua infância, anos 50, nos Estados Unidos.
Retirado do seu livro “A vida e as aventuras do rapaz relâmpago”.

14 de janeiro de 2009

Sorte e Destino



Sorte e Destino, são muitas vezes considerados sinónimos e/ou interpretados como sendo a mesma coisa. Não concordo! E até os considero mutuamente exclusivos, a simples existência de um deles implica a não existência do outro. Sendo o Destino uma fatalidade inevitável e inalterável, algo previamente estabelecido, quem nele acredita não devia acreditar na sorte. Porque, nesse caso, a "boa sorte" ou "má sorte" não é mais do que um dado adquirido que acontecerá algures no tempo.
No entanto, se considerarmos que a sorte existe, estamos a admitir a possibilidade de o Destino poder ser alterado. Se o podemos alterar, cada um nós é dono do seu. Então, o Destino não existe. Será que é a sorte que rege o Destino? E, afinal o que é a sorte?
Apenas um série de coincidências que consideramos positivas ou negativas? Algo controlado por forças sobrenaturais? Haver alguma forma de a mudar?

Nota: Com um pouco de sorte, depois de tanta divagação, os talismãs, amuletos e afins (eram a ideia original para este post) vão ter outro destino.

13 de janeiro de 2009

Treze


De azar ou de sorte?
Segundo a Wikipédia, o número 13 é:
O número natural que sucede o 12 e precede o 14.
O número primo, depois do 11 e antes do 17.
O sétimo número de Fibonacci, depois do 8 e antes do 21.
Por superstição, o número 13 é um número atribuído ao azar em muitas culturas. Devido a essa tradição é costume em alguns países não haver andares com o número 13 nos prédios.
Nas corridas de Fórmula 1, geralmente não existe o carro com o número 13.
No entanto, o número 13 por estar presente nos dias de calendário, é muito explorado pela Astrologia, e embora oculto na Astronomia, é também muitas vezes parte integrante de alguns símbolos.
Quem tem medo do número treze sofre de triscaidecafobia.


Então: Este blog é anti-triscaidecafóbico!
Por coincidência, ou talvez não, hoje é dia 13, este blog nasceu num dia 13, apresenta 13 dias de postagem na página principal e o número 13 é um dos preferidos do seu escriba. Aqui não existem fobias a qualquer número, bem pelo contrário. O Neurónio tem preferência pelos impares, mas não acredita na numerologia ou em qualquer superstição associada aos números (não existem números de azar ou números de sorte).

E por falar em números de sorte, encontraram o vosso?

12 de janeiro de 2009

Piss Off

Peaceness ou Pissness, eis a questão?
O meu colega voltou à carga e, hoje, voltei a ouvir o termo (várias vezes).
Desculpem a insistência (não a consegui evitar).
Em primeiro lugar porque ainda não descobri se se trata de peace ou piss. Depois, confesso, o assunto tem-me divertido.
Embora continue com dúvidas, estou inclinado para a segunda hipótese.
É por isso que me sinto “obrigado” a dedicar este post ao meu estimado colega.


Com muito peace and love.

9 de janeiro de 2009

Paronímia em Estrangeiro

Para dar seguimento ao post anterior, nada melhor que uma história (real).
Embora não sabendo o que foi dito do outro lado da linha, o Neurónio presenciou a seguinte conversa telefónica:

- Há aqui uma diferença de valores.
- "???"
- Deve haver uma coluna (mapa de excel) que não está a fazer bem as contas.
- "???"
- Em vez de fazer um aditamento pode esgotar o contrato. A diferença é de apenas dezasseis euros e pouco, isso são “peaceness”.

Não sei se seria “Peaceness” ou “Pissness”?
Pareceu-me que queria dizer peanuts, mas…

Viva as alcagoitas


E ainda há quem tenha a coragem de dizer que a língua portuguesa é complicada.

Um good we can the

8 de janeiro de 2009

Maka ou Maqa

Nem uma coisa nem outra.
O que aqui me traz, ou melhor, o que está por trás, é uma macada. Por macada (acho que a palavra nem existe), devem entender o acto de levar pancada de uma maca. Estão a ver o conceito de maca, então… não tem nada a ver.
O acordo ortográfico, a sua entrada em vigor, é uma grande maçadoria.
Pessoalmente, acho que não vou aderir! Enquanto vocês pensam no assunto, retiro o último cigarro do maço que, quando me acontece, amasso.
Como já devem ter constatado, hoje deu-me para a paronímia.
Não, não se trata de uma qualquer espécie de paranóia e muito menos de algum fenómeno paranormal. Simplesmente, apeteceu-me brincar às palavras homófonas e homónimas.
Portanto, preparem-se para um post massivamente maçante. Preparados?



A massa de uma massada de maçã
não maça tanto como a maçada de uma maça.

Desculpem se vos maço ou se o texto é maçudo. Porque massudo, certamente não o é. Para tal tinha de ser massiço ou maciço, coisa que deixo ao vosso critério.
Continuando, o massacre, digo-vos que não sou mação nem vos pretendo dar maçadura. Não emasso ou amaço, muito menos emaço e nem sequer amasso, também não sou amaçador e não uso amassador. E, com toda esta amassadela, embora prefira a massagem, até já sei o que é maçagem.
Agora, para terminar a amassadura, se a maçã vem da maceira e na masseira até há uvas… afinal de onde vem a massa?

7 de janeiro de 2009

Palavras à Solta



Saem palavras da minha caneta,
por entre as veias corre-me tinta.
Demónios dançando, sangrando ideias,
cigarros ardendo seguindo as cervejas.
Palavras à solta falando de tudo,
girando em volta das coisas do mundo.
Palavras à solta querendo voar,
levadas pelo vento irão se espalhar.
Palavras à solta tal como armas,
lançando o pânico em mentes vazias.
Palavras à solta são só palavras,
com vírgulas e pontos, acentos de raiva.
Despejo garrafas, bebendo ideias,
solto palavras, algumas tão feias.
Palavras à solta por vezes cruéis,
rasgando em pedaços bocados de vida.
São palavras gritando de ódio e de dor,
algumas mais belas cantando o amor.
O silêncio quebrado em sinal de esperança,
uma sopa de letras em constante mudança.
Palavras fluindo, passando por mim,
vou-me esvaindo, caminhando p'ró fim.
Acaba-se a tinta, secam-se as veias,
soltei as palavras, com elas, ideias.
Palavras à solta erguendo a voz,
consumindo a tinta, falando por nós.
Por entre as linhas surgindo do nada,
palavras sem dono, palavras vadias.
Palavras cortando, o silêncio vigente,
Palavras rolando, contra a corrente,
Palavras que nascem de almas de gente,
Palavras, ideias...
Palavras somente.