20 de agosto de 2008

Coscuvilhando


Pensava eu que, no "circo" onde trabalho, já não haveria nada que me pudesse surpreender. Erro crasso!
Nesta empresa não existem impossíveis. Devo manter a mente aberta, a todo e qualquer tipo de acontecimento, aqui o improvável acontece.
A situação:
O carteiro, como habitualmente, toca à campainha e alguém vai de imediato recolher a correspondência (hoje coube-me a mim). Entre a dita vinha uma carta, oriunda da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, para um Sr. José Maria Qualquer Coisa. Abri a correspondência que vinha endereçada à empresa e perguntei aos presentes se alguém conhecia o tal Sr. ou se deveria devolver a carta.
O meu patrão, tipo miúdo curioso, pegou no envelope e ao examiná-lo, chegou à conclusão que no interior deveria estar um cartão ou uma moeda.
Sem hesitar, abriu-o.
Confesso que gostava de ter visto a minha expressão de espanto, devo ter ficado com um ar tão incrédulo, perante a situação, que os olhos me devem ter saído das órbitas uns bons 3cm. Ainda estou sem palavras.
O meu Boss, satisfeita a sua necessidade de coscuvilhar, voltou a fechar o envelope, ao que acrescentou um simples e natural "pode devolver".
Qualquer miúdo de 5 anos sabe que não se abre a correspondência alheia. É crime!
Violar correspondência, apenas por pura bisbilhotice, não lembra ao diabo. Uma atitude gratuita e reveladora de falta de valores e princípios morais.
É um tipo de má formação para a qual não encontro qualquer explicação.
Actos desta natureza, não há nada que os justifique.
Esta falta de respeito, pela privacidade das pessoas, entristece-me e faz-me sentir vergonha por trabalhar com e para pessoas assim.

3 comentários:

Patalógica disse...

qual vergonha, qual tristeza!!
O Nelson Évora acabou de ganhar o OIRO!!!!!

CC disse...

Mas afinal, qual o conteúdo da carta???

N. disse...

Como o Zé Maria é membro de qualquer coisa, o conteúdo da carta era um simples cartão (tipo passe).