18 de julho de 2008

Poeta Vulcão


Vulcão Pacaya, Guatemala

O poeta é um vulcão
Em constante efervescência
Dá a voz à consciência
E à mudez da multidão

Cada vez que ergue a voz
Sobre a vida, sobre a morte
Solta um grito belo e forte
Que ecoa dentro de nós

Ao entrar em erupção
É por vezes genial
Lega-nos a humilde lição
De ser um comum mortal

Mas o poeta é um réu
Julgado sem piedade
Ao escrever a verdade
O que escreve não é seu

Quando a sua veia desperta
Solta ideias com violência
Desvirginando a inocência
Lançando um sinal de alerta

É escravo do que pensa
Agrada a uns, a outros não
A sua maior recompensa
É partilhar a opinião

O poeta é um sonhador
Eternamente embriagado
Embriaga-se por amor
Chega a sonhar acordado

Sabe fazer-nos sonhar
Retractando beleza, ternura
Impulsiona o mundo a mudar
Não se vergando à censura

No seu permanente conflito
Acena bandeiras de esperança
Pensa e sonha mudança
Dá um salto para o infinito.

Nota: Poeta não sou e, não tenho pretensões a sê-lo, afirmo e reafirmo as vezes que forem necessárias que apenas vomito para o papel umas tretas rimadas.

Sem comentários: