8 de setembro de 2008

Um Adeus Doloroso



Juntos criámos cidades e fortes do velho oeste, fizemos prospecção de petróleo, fomos irmãos metralha, escavámos túneis, construímos diques e casas em árvores. Travámos guerras (eu e o teu irmão contra ti), verdadeiras batalhas fratricidas, inconscientes (com terroas e tomates) e que duravam até à exaustão. Jogámos à bola em incontáveis "duelos", era complicado marcar-te um golo, recordo-me da forma felina como os evitavas. Na praia, dentro de água, nunca foste grande nadador mas ninguém mergulhava como tu. Acampámos (não chegámos a ir à Berlenga) e viajámos juntos de mochila às costas. Discutíamos de tudo um pouco, falar de música contigo era um prazer e a forma como sabias os nomes das bandas e músicas dos primórdios do rock português era admirável. No velho Mini percorremos mil bailaricos e festarolas.
Mas, acima de tudo, quando nos encontrávamos, tinhas sempre uma palavra amiga e vontade de ajudar no que quer que fosse preciso.
Amigo, enquanto te acompanhava à tua última morada, revi mentalmente todo este filme. Foi um percurso recheado de bons momentos, muitas coisas em comum, e ao qual foram “roubados” muitos mais.
Carinhosamente irei sempre recordar o Grande Beltrão, o engenhocas que, qual Macgyver, conseguia sempre encontrar uma solução para tudo.

Rui, para teu alívio, finalmente tudo terminou.
Sei que foram 2 anos de grande sofrimento, físico e mental.
Agora que partiste,
Descansa em paz!
Dissemos-te adeus mas nunca te esqueceremos!

1 comentário:

3Picuinhas disse...

Penso sempre que quando parte um amigo leva um bocadinho de nós, mas deixa para trás uma mar de memórias que nos vai aliviar os dias, até que por fim, chegue a nossa vez. O Ibn Batuta, um árabe que correu mundo antes do Marco Pólo, escreveu uma vez que a amizade é um só coração a bater em dois corpos. Nunca encontrei uma definição melhor para esse "amor" único que é a amizade que temos por alguém.
Um abraço grande.