22 de agosto de 2008

Post Póstumo

Devido à sua natureza, este post foi complicado de escrever.
E envolve um misto de tristeza e revolta.



Ao regressar de férias, mais uma vez, recebi a notícia da morte de um ex-colega.
De todos os colegas e ex-colegas, com quem contactei ao longo dos anos que estou na empresa onde trabalho, o Melo era o mais interessante.
Companheiro do trabalho fora de horas, das conversas diversificadas sobre livros, filmes, futebol, religião, politica, história e estórias, sobre a vida.
Era uma pessoa com quem dava gosto falar, não era fútil. A sua partida, apesar de não termos mantido o contacto, deixa um vazio, uma estranha tristeza.
A parte da revolta advém do facto de só ter recebido a noticia do seu falecimento por mero acaso e através de uma colega que se encontra de baixa.
Apesar de saberem da nossa cumplicidade os restantes colegas foram incapazes de me informar da situação (já passou quase um mês). Trabalhámos juntos, secretárias lado a lado, durante anos. Anos, não foram dias.
Se a isso juntar os lamentáveis comentários que supostamente o meu patrão fez - "Ao cabo e ao resto era um bom homem, mas só faz falta quem cá está e que esteja sem a minha companhia por muitos e bons anos" - a revolta fica completa.
Nesta mescla de sentimentos não consigo deixar de ter um daqueles pensamentos primários: dentro da infelicidade da situação ainda bem que o Melo saiu da empresa, a tempo de viver alguns anos fora deste "circo".

Sem comentários: