3 de março de 2008

Oscaralhos 2008



Embora outros nomeados fossem igualmente merecedores do prémio.
O Abutre decidiu que os Oscaralhos deste ano vão ser enfiados em:

Filme
O vencedor, sem qualquer sombra de dúvida: "Este País Não é Para Velhos".
É a história de um casal de idosos que tenta sobreviver com uma reforma miserável. As políticas cegas, implementadas por incompetentes convencidos e oportunistas, o encerramento de hospitais e centros de saúde, transportam-nos a uma atmosfera terceiro-mundista. Estamos perante um filme épico.
Numa palavra - Assustador!
De uma profundidade que reflecte o receio existente em cada um de nós. Não só pelo presente como pelo futuro, nosso e dos nossos filhos.

Actor principal
Pelo seu desempenho em "Haverá Sangue", o Oscaralho enfia-se em José Sócrates no papel de um primeiro-ministro cego e sanguinário. Apesar de ser um filme de terror ninguém esquecerá a mítica e cómica deixa "Porreiro pá!"

Actor secundário
Magnificamente apagado, no papel de presidente ausente/reformado de luxo.
Em "Este País Não é Para Velhos", o Oscaralho vai para Cavaco Silva.

Actriz principal
Sem surpresa, o prémio vai para Maria de Lurdes Rodrigues em "La Vie en Rose".
O discurso cor-de-rosa (cor do partido do governo) não convence ninguém.
Mas o desempenho, negro, como ministra da educação merece o Oscaralho.

Actriz secundária
Pela atitude, ou falta dela em "Uma Questão de Consciência", o desempenho de Ana Jorge, no papel de ministra da saúde, merece igualmente um Oscaralho. Nesta categoria, temos de frisar que, sem a ajuda do seu antecessor nunca teria sido possível ela ganhar.

Filme de animação
O vencedor é “Ratatui – Ratatouille”, uma excelente comédia informativa, em que os ratos fingem ser repórteres de comunicação social.
Uma sucessão bem montada de episódios, onde os intervenientes conseguem a fabulosa proeza de nunca mostrar ou analisar a realidade.

Realizador
Pela co-realização de "Este País Não é Para Velhos", o Oscaralho é atribuído, em partes iguais, ao governo e a todas as instituições do estado.

Filme de língua estrangeira
"Os Falsificadores", um intrigante filme em que os ministros da nação falam aos cidadãos. Apesar de falado em português, recebe o Oscaralho para melhor filme de língua estrangeira. É avassaladora a forma como os ministros explicam o inexplicável e falam de coisas que ninguém entende e só eles vêem.

Direcção artística
O Oscaralho vai para Alberto João Jardim pela forma artística como consegue dirigir "Sweeney Todd: O Terrível Barbeiro de Fleet Street", uma história verídica, com um argumento original e cuja acção se desenrola na ilha da Madeira.

Fotografia
Na edição deste ano só podia ser entregue a "Haverá Sangue".
José Sócrates, protagonista deste filme, conseguiu eliminar a concorrência.
Uma vez que foi o único a ser fotografado, terá forçosamente de receber o Oscaralho fotográfico.

Guarda-roupa
O vencedor é "Elizabeth: A Idade de Ouro".
Na questão de guardar a roupa o Abutre atribui o Oscaralho a Soraia Chaves. Não fez parte do elenco mas isso agora pouco importa.

Documentário
"Taxi to the Dark Side", sobre as aventuras de um taxista lisboeta que faz viagens à Cova da Moura às 3 da madrugada.

Documentário em curta-metragem
Numa altura em que, temos de pagar por tudo e mais alguma coisa, qualquer borla é bem vinda. Porque contém a palavra Free, o vencedor é "Freeheld".

Montagem
O Oscaralho vai para "Ultimato". Um filme sobre o esquema montado pela ASAE.
De referir que tem batido recordes de beatas à porta dos cafés.

Caracterização
"La Vie en Rose", pela descrição monocromática, a cor-de-rosa, de uma realidade negra. Excelentes efeitos visuais, criados com a finalidade de convencer os cegos.

Banda sonora original
Pela forma silenciosa como a população anda a pagar os pecados cometidos pelos governantes. O Oscaralho vai para "Expiação", um filme sem som. A última vez que havia sido entregue a um filme deste género, ainda o cinema era mudo.

Canção
Do filme "Once", "Falling Slowly" - música cantada pelos cidadãos, um pouco por todo o país. Tem a particularidade de parecer interminável.

Curta-metragem de animação
"Peter & the Wolf", filme escrito, realizado e protagonizado por Paulo Portas.
É um remake de uma história bastante conhecida, onde o protagonista, mesmo depois de ter esbanjado dinheiro a comprar submarinos, nos tenta convencer que está preocupado com o bem-estar da população.

Curta-metragem
"Le Mozart des Pickpockets" do Ministro das finanças Teixeira dos Santos.

Som e Efeitos sonoros
Os Oscaralhos nestas duas categorias vão para "Ultimato".
Na realidade o filme não tem som nem efeitos sonoros. São produzidos por quem a ele assiste. Apupos e assobios são a manifestação mais audível nas salas onde ele é exibido. E caso as condições de vida não melhorem, é de prever que se tornem cada vez mais estridentes.

Efeitos visuais
"A Bússola Dourada", Oscaralho entregue devido à (des)orientação da justiça em casos como a Casa Pia ou Apito Dourado.

Argumento adaptado
"Este País Não é Para Velhos"
Argumento adaptado do livro cujo titulo original é "Este País à Deriva".

Argumento original
“Juno”
Escrito por um aluno de um qualquer estabelecimento de ensino português. A originalidade resulta do facto de não se saber se o dito aluno queria escrever Junho, Junto, Junco ou se o pretendido era mesmo escrever o seu nome - Nuno.

Oscaralho Honorário
Manuel Pinho - Ministro da Economia e Inovação.
Apesar de nos últimos tempos (merecemos uma pausa) não nos ter presenteado com uma das suas pérolas de sabedoria. O homem merece.

2 comentários:

Patalógica disse...

Gostei, apesar de, e com pena minha, o Filipe (o Meneses) não ter recebido nada!
... o outro Filipe(ão) tb podia ter ganho qq coisa (um urso de ouro, q tal?)...

N. disse...

Para o Meneses, já é prémio, suficiente, participar no filme “I’m not there”.
Quanto ao outro Filipe, acho que vai ganhar um bilhete (só ida) para o Brasil.
Penso eu de que!