20 de setembro de 2007

Relatividade Dolorosa

Se eu pudesse

Hoje já seria amanhã

Se eu pudesse
O agora, já seria amanhã.
E empurrava o tempo,
antecipando o momento.

Se eu pudesse
Nunca haveria partida,
nunca haveria chegada.
Evitaria a despedida,
a ausência vazia, o nada.

Se eu pudesse
Não havia amanhã,
e tu não partias.
Nunca haveria amanhãs
e eu nunca esperaria.

Se eu pudesse
O agora, já seria amanhã.
E não estaria inquieto,
só, partido, incompleto.

Porque
O agora é ausência,
A espera é impaciência,
E é dolorosa a relatividade.
De empurrar sem sucesso,
os ponteiros da saudade,
até chegar o teu regresso.

1 comentário:

CC disse...

Bora lá comprar um relógio desses!!!