17 de novembro de 2008

Desejos Adormecidos



Uma simples brisa foi suficiente para fazer ressuscitar memórias adormecidas.
No Sábado, ao chegar à terra onde cresci, fui invadido por um cheiro nostálgico - o vento transportava aromas de pinho a arder. Secretamente desejei que os meus pais tivessem acendido o lume, como não vislumbrei fumo a sair da chaminé, naquele momento, senti uma pontinha de inveja da pessoa que tinha a fogueira acesa. Jantei e fui procurar os amigos ao café. À medida que íamos molhando a palavra, um abandono gélido ia tomando conta das ruas. Lá fora o frio ia-se intensificando e dentro de mim ia crescendo o desejo de estar perto de uma fogueira, de tal forma que durante a noite sonhei com o fogo.
Na tarde de Domingo a "tribo" reuniu-se e, quando o frio voltou a apertar, o "índio" dono da casa decidiu acender a lareira. Em boa hora o fez. Os presentes, todos velhos conhecidos do fogo e com saudades dele, aplaudiram. Ainda não foi um "verdadeiro" estar à fogueira, mas deu para enganar as saudades. Um grupo de amigos petiscando em amena cavaqueira, foi um belo convívio aquecido! Entre copos de vinho e água-pé ficou, desde logo, combinado um novo petisco.
Foi como que o prenúncio do Inverno que se aproxima, prenúncio de longas noites de conversa em volta da fogueira.
Tenho de contar-vos uma coisa: Sou um viciado!
Nas noites frias adoro estar junto ao fogo, gosto de sentir o seu calor reconfortante e do cheiro a lenha queimada, de apreciar a beleza das chamas e da dança do fumo que parece querer brincar connosco. Gosto da sua companhia e de me deixar hipnotizar pela incandescência das brasas.
Sozinho ou acompanhado, vê-lo, senti-lo, "falar com ele" é um prazer viciante.
O fogo é um companheiro, sedutor, enigmático, um amigo fascinante. Só quem já passou noites com ele pode compreender verdadeiramente este sentimento.
Se nunca o fizeram, e tiverem a oportunidade, experimentem.
Depois… contem-me como foi.

1 comentário:

Patalógica disse...

eu gosto é do verão
de passearmos de prancha na mão
saltarmos e rirmos na praia
de nadar e apanhar um escaldão...

humm... escaldão não!